Para nós, cardiologistas, o termo é bem conhecido e de uso corriqueiro, mas para você pode parecer um nome bem esquisito e pode não conduzir, de imediato, a um significado.
O sistema cardiovascular (coração e vasos sanguíneos) é o primeiro a começar a funcionar no feto, já com 3 semanas de gestação, pois a circulação de sangue é necessária para fazer circular nutrientes e eliminar resíduos e fundamental para que as células tomem formas diferenciadas até se organizarem no complexo sistema que é o corpo humano.
Mas esse sistema é bem primitivo, ou seja, é formado somente por tubos que levam e trazem sangue. Aos poucos, e com o passar das semanas, esses tubos vão crescendo, se contorcendo e criando dentro deles divisões até gerarem o órgão completo com as 4 cavidades, as 4 válvulas que regulam o fluxo de sangue e os vasos que entram e saem do coração, fechando o circuito.
E é exatamente durante esse processo que pode haver uma falha de comando deixando algumas etapas de serem completadas e segmentos no coração não se desenvolverem corretamente.
Os cientistas notaram que falhas em determinadas fases do desenvolvimento geravam defeitos específicos e foram nomeando esses defeitos e estudando suas consequências no feto e na criança nascida. Assim foram descritas doenças como Tetralogia de Fallot, CIV, Estenose Pulmonar, Doença de Ebstein e muitas outras. Mas todas são cardiopatias congênitas, ou seja, doenças cardíacas que surgiram ainda durante a vida fetal, antes do nascimento.
A maioria dessas falhas são muito bem toleradas pelo bebê dentro útero e podem não ser notadas pois o crescimento e o desenvolvimento estão acontecendo normalmente. Por isso, é de extrema importância o estudo detalhado do coração ainda no útero, pois algumas dessas doenças impossibilitam a vida após o nascimento.