O Ecocardiograma fetal é capaz de descartar a presença de doenças cardíacas causadas por uma falha no desenvolvimento normal do coração durante a vida intrauterina
Sabemos que a incidência de alterações cardíacas congênitas na população geral é em torno de 1 caso para cada 100 bebês nascidos vivos, ou seja, cerca de 1%.
O coração é um órgão complexo dotado de funcionamento único onde estímulos elétricos próprios garantem o continuo fluxo da corrente sanguínea por cavidades e vasos em um sistema fechado que percorre todo o corpo promovendo oxigenação dos tecidos. O estudo detalhado das anatomia das cavidades e válvulas cardíacas e suas conexões entre si e com os principais vasos, o mapeamento da direção e da velocidade do fluxo sanguíneo em diversos pontos da circulação fetal e a análise do impacto que as alterações encontradas farão na vida após o nascimento somente são possíveis através de investigação mais ampla que vai além do exame básico de triagem normalmente usado em um ultrassom obstétrico
A ecocardiografia fetal demonstrou ter uma sensibilidade muito maior para a detecção de cardiopatias congênitas do que a varredura obstétrica de rotina, que inicialmente incluía apenas uma visão de 4 câmaras do coração; no entanto, mais recentemente, expandiu-se para incluir a avaliação dos vasos de saída, ampliando a chance de diagnóstico em mãos experientes para cerca de 50-60% a ultrassonografia obstétrica. Como apenas 10% dos fetos se apresentam para exames de rotina com um “fator de risco” identificável, sugere-se que todos os fetos, independentemente de fatores maternos, familiares ou fetais, sejam abordados como se tivessem potencial para ter uma malformação cardíaca.
Dado o espectro e a complexidade das patologias cardíacas encontradas na vida intra-utero o Ecocardiograma fetal deve ser realizado e interpretado por médico especialista habilitado com educação formal específica e continuada e experiência no diagnóstico e manuseio de cardiopatias congênitas.
Muitos obstetras já incluem em sua rotina pré-natal o ecocardiograma fetal para todas as gestantes aumentado a segurança e a tranquilidade dos pais e da equipe médica assistente já estudos apontam que cerca de 90% dos bebês que nascem com cardiopatia congênita vieram de gestações sem fatores de risco.