Você sabe o que é cardiopatia congênita?

Para nós, cardiologistas, o termo é bem conhecido e de uso corriqueiro, mas para você pode parecer um nome bem esquisito e pode não conduzir, de imediato, a um significado.

O sistema cardiovascular (coração e vasos sanguíneos) é o primeiro a começar a funcionar no feto, já com 3 semanas de gestação, pois a circulação de sangue é necessária para fazer circular nutrientes e eliminar resíduos e fundamental para que as células tomem formas diferenciadas até se organizarem no complexo sistema que é o corpo humano.

Mas esse sistema é bem primitivo, ou seja, é formado somente por tubos que levam e trazem sangue. Aos poucos, e com o passar das semanas, esses tubos vão crescendo, se contorcendo e criando dentro deles divisões até gerarem o órgão completo com as 4 cavidades, as 4 válvulas que regulam o fluxo de sangue e os vasos que entram e saem do coração, fechando o circuito.
E é exatamente durante esse processo que pode haver uma falha de comando deixando algumas etapas de serem completadas e segmentos no coração não se desenvolverem corretamente.

Os cientistas notaram que falhas em determinadas fases do desenvolvimento geravam defeitos específicos e foram nomeando esses defeitos e estudando suas consequências no feto e na criança nascida. Assim foram descritas doenças como Tetralogia de Fallot, CIV, Estenose Pulmonar, Doença de Ebstein e muitas outras. Mas todas são cardiopatias congênitas, ou seja, doenças cardíacas que surgiram ainda durante a vida fetal, antes do nascimento.

A maioria dessas falhas são muito bem toleradas pelo bebê dentro útero e podem não ser notadas pois o crescimento e o desenvolvimento estão acontecendo normalmente. Por isso, é de extrema importância o estudo detalhado do coração ainda no útero, pois algumas dessas doenças impossibilitam a vida após o nascimento.

Qual a importância de se realizar o ecocardiograma fetal?

O Ecocardiograma fetal é capaz de descartar a presença de doenças cardíacas causadas por uma falha no desenvolvimento normal do coração durante a vida intrauterina

Sabemos que a incidência de alterações cardíacas congênitas na  população geral é em torno de 1 caso para cada 100 bebês nascidos vivos, ou seja, cerca de 1%.

O coração é um órgão complexo dotado de funcionamento único onde estímulos elétricos próprios garantem o continuo fluxo da corrente sanguínea por cavidades e vasos em um sistema fechado que percorre todo o corpo promovendo oxigenação dos tecidos.  O estudo detalhado das anatomia das cavidades e válvulas cardíacas e suas conexões entre si e com os principais vasos, o mapeamento da direção e da velocidade do fluxo sanguíneo em diversos pontos da circulação fetal e a análise do impacto que as alterações encontradas farão na vida após o nascimento somente são possíveis através de investigação mais ampla que vai além do exame básico de triagem normalmente usado em um ultrassom obstétrico

A ecocardiografia fetal demonstrou ter uma sensibilidade muito maior para a detecção de cardiopatias congênitas do que a varredura obstétrica de rotina, que inicialmente incluía apenas uma visão de 4 câmaras do coração; no entanto, mais recentemente, expandiu-se para incluir a avaliação dos vasos de saída, ampliando a chance de diagnóstico em mãos experientes para cerca de 50-60% a ultrassonografia obstétrica.  Como apenas 10% dos fetos se apresentam para exames de rotina com um “fator de risco” identificável,  sugere-se que todos os fetos, independentemente de fatores maternos, familiares ou fetais, sejam abordados como se tivessem potencial para ter uma malformação cardíaca.

Dado o espectro e a complexidade das patologias cardíacas encontradas na vida intra-utero o Ecocardiograma fetal deve ser realizado e interpretado por médico especialista habilitado com educação formal específica e continuada e experiência no diagnóstico e manuseio de cardiopatias congênitas.

Muitos obstetras já incluem em sua rotina pré-natal o ecocardiograma fetal para todas as gestantes aumentado a segurança e a tranquilidade dos pais e da equipe médica assistente já estudos apontam que cerca de 90% dos bebês que nascem com cardiopatia congênita vieram de gestações sem fatores de risco.

 

 

Você sabe o que é Aneurisma de Aorta Torácica?

Aneurisma é o nome dado à dilatação excessiva das paredes de uma artéria e no caso da Aorta pode ser ocasionado pela pressão alta, placas de gordura, tabagismo e outras doenças mais raras.

O aneurisma de Aorta torácica tipo dissecante é uma doença grave e potencialmente fatal mesmo quando diagnosticada a tempo.

Sua presença pode ser suspeitada pela presença de dor no peito, pulsação exagerada no pescoço e através de exames como RX de tórax e Ecocardiograma onde é identificada a importante dilatação do vaso

Nem sempre dor no peito é Infarto